Coité – DEPPIR na luta para que o Povoado de Maracujá ganhe certificação Quilombola
A comunidade de Maracujá localizada na
região do distrito de Juazeirinho sempre foi considerada uma das mais
pobres do município e a população negra é predominante, requisitos que
podem tornar oficialmente Quilombola.
Aconteceu nesta quarta-feira,06, às 11h na comunidade de Maracujá, no
município de Conceição do Coité uma visita técnica para o processo de
certificação junto ao Governo Federal e Ministério da Cultura sob a
responsabilidade da Fundação Cultural Palmares, para que a referida
comunidade seja reconhecida legalmente como Quilombola.
Segundo o coordenador do Departamento de Politicas de Promoção da
igualdade Racial – DEPPIR, Alexandre Nascimento Lima conhecido por Xande
Revolution (á direita na foto), isso se deu porque houve uma
sensibilidade do atual gestor do município Francisco de Assis “quando
criou de forma inédita o DPPIR e com a colaboração de Débora Ferraz,
coordenadora da Bolsa Família no município, atuante na Secretaria de
Assistência e Desenvolvimento Social, houve-se o empenho e compromisso
em discutir com a comunidade local do Maracujá seu reconhecimento legal
como quilombola”, ressaltou Xande.
Ainda de acordo com o coordenador, isso se deu após provocações e
intervenções sociais da UNEB – Universidade do Estado da Bahia – CAMPUS
XIV e ACBRR – Associação Cultural e Beneficente Revolution Reggae, que
há 11 anos vem lutando contra as manifestações do racismo e auto estima
do povo negro, cigano, assentados, quilombolas, religião de matriz
africana, urbanos e rurais.
Comunidades Quilombolas
As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo
critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados
de relações territoriais específicas e com ancestralidade negra
relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida, conforme
Decreto nº 4887/03. Essas comunidades possuem direito de propriedade de
suas terras consagrado desde a Constituição Federal de 1988.
Um levantamento da Fundação Cultural Palmares (FCP) mapeou 3.524
comunidades quilombolas no Brasil. Há outras fontes, no entanto, que
estimam cerca de 5 mil comunidades. Partindo dessa perspectiva, foi
criada a Agenda Social Quilombola (ASQ). O objetivo é articular as ações
no âmbito do Governo Federal, por meio do Programa Brasil Quilombola
(PBQ).
A ASQ atua em eixos relacionados ao acesso a terra, infraestrutura e
qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento local e direitos
de cidadania. A gestão da ASQ é estruturada a partir do Comitê Gestor
Interministerial e tem caráter deliberativo e executivo composto por
Ministérios e Secretarias Especiais.
No âmbito do PBQ, no que se refere às políticas universais de
segurança alimentar e nutricional, o Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) estabeleceu metas de atendimento aos
quilombolas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e no Programa
Cisternas. O objetivo é atender mais de 6 mil famílias.
O MDS também desenvolve projetos-piloto de Cozinhas Comunitárias em
comunidades quilombolas. O projeto irá beneficiar os estados da Bahia,
Maranhão, Minas Gerais, Pará e Pernambuco. Também nessas localidades
estão sendo realizadas capacitações do PAA para que as comunidades que
receberem as Cozinhas apresentem projetos ao programa.
Apoia-se ainda a consolidação de Arranjos Produtivos Locais (APL) das
cadeias de produtos da sociobiodiversidade. Esses APLs são direcionados
aos estados da Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará por possuírem maior
concentração de famílias quilombolas. Os produtos apoiados são piaçava,
babaçu, castanha, açaí, andiroba e frutos do cerrado.
Além das ações de segurança alimentar e nutricional, o MDS compôs o
grupo de órgãos federais que organizou os Seminários Integrados de
Políticas para Comunidades Quilombolas, nos cinco estados brasileiros
com maior concentração de quilombolas (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,
Maranhão e Pará). O objetivo foi fortalecer a implementação do PBQ, com
ênfase para o controle social.
Redação CN Informações e fotos: Ricardo Lima – Nobuzúpress
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